Puerpério: Baby blues e depressão pós parto

O puerpério é uma fase difícil na vida da maioria das mamães. Imediatamente, você se vê em meio a muitos sintomas e adaptações. E um sintoma em especial pode fazer seu pós-parto um pouco mais complicado. O chamado baby blues ou tristeza pós-parto é um desses casos, do mesmo modo que a depressão pós-parto. 

♥ Mas o que esperar do Baby blues?

É uma situação um tanto quanto complicada. Embora todos estejam felizes com a chegada de um bebê e sua família esteja em festa, você subitamente começa a passar por sentimentos controversos. Preocupação excessiva com a saúde do bebê, ansiedade e nervosismo, dificuldade para se concentrar e dormir, cansaço, uma vontade de chorar do nada sem motivo… Parece que está tudo fora de controle.

Os primeiros dias em casa com um bebê podem ser muito complicados. Aquele sentimento de “onde eu fui me meter” ou “eu não vou dar conta” são comuns nessa fase. Você começa a se culpar por estar tão triste em um momento tão sonhado. Mas é estranho! Não é que o amor não aconteceu. Muito pelo contrário! Você ama o seu baby com todas as forças, você só ainda não se encontrou nesse novo mundo maternal .

♥ Por que isso acontece?

Pois é, essa é uma situação estranha. Mas acredite: Super comum. Estima-se que cerca de 80% das mães tenham passado por sentimentos semelhantes à estes nas primeiras semanas após seu parto. Acredita-se que essa mudança de humor esteja ligada às mudanças hormonais sofridas após o nascimento do pequeno. Outro fator atuante nessa variação de humor é a recuperação de seu corpo em resposta à enorme adrenalina descarregada durante o parto. E é por esse motivo, minha amiga, que seu emocional ficará tão bagunçado que vai parecer que você está num mundo paralelo e que foi só com você.

A questão é que estes sintomas devem durar em média 15 dias, tempo suficiente para seu corpo se recuperar das quedas hormonais. A dica aqui é carinho! O melhor remédio para o baby blues está no carinho da família. Essa é a hora em que os amigos e familiares devem demonstrar cuidado às novas mamães. Lembre-se que não é só o nascimento de um bebê, você está renascendo mãe junto com ele.

♥ E a depressão pós-parto?

Sim, a depressão pós-parto existe e ela NÃO é a mesma coisa que o baby blues. Ou seja, eu não estou te dizendo que 80% das mulheres sofrem com depressão no puerpério. Muito pelo contrário, os sentimentos depressivos são diferentes do baby blues e vão muito além de uma simples tristeza repentina.

Como eu havia dito, o baby blues dura em média 15 dias e, caso este período se estenda, é a hora de procurar um especialista. A questão é que algumas mulheres que não possuem tanta ajuda ou que tiveram uma gestação complicada ou indesejada, podem desenvolver sintomas mais intensos característicos de uma depressão.

Existem algumas diferenças entre esses dois quadros. Geralmente, as tristezas geradas pelo baby blues são momentâneas, já na depressão essa tristeza vem de forma excessiva tornando raros os momentos de felicidade. A depressão pode gerar mudanças drásticas de humor, revolta, culpa, sentimento de inutilidade, gerando inclusive sentimento suicida ou rejeição ao próprio filho. A mulher não se cuida, não come e em alguns casos, simplesmente se desliga da realidade.

Casos como esses exigem tratamento rápido. Por esse motivo, é de extrema importância que a família, amigos e companheiros estejam apoiando esta mãe.

♥ Minha experiência:

Antes de engravidar, eu sabia que o puerpério era complicado. Como meu conhecimento se restringia ao que eu tinha ouvido falar, me faltou discernimento para saber que era importante estudar sobre o assunto. Resumindo: Eu e meu esposo fomos saber o que danado era baby blues depois de umas duas semanas pra lá de emocionantes em meio à problemas de amamentação, leve hipoglicemia e possibilidade de displasia em Aurora (Leia sobre). Parecia que meu mundo ia acabar e, sinceramente, na minha cabeça eu estava no meio de um furacão. Me lembro claramente de achar que não daria conta. Que eu não seria capaz de cuidar da pequena Aurora.

Eu não conseguia dormir. Meu esposo chegava do trabalho e falava pra eu ir descansar, enquanto ele ficava com a pequena. Eu colocava a cabeça no travesseiro e vinha aquela angústia, do nada, sem motivo.

Aos poucos eu fui achando tudo muito estranho, porque aquele não era nem de longe pensamentos e comportamentos característicos da minha pessoa. Foi aí que lendo comentários em grupos de mães, vi que muitas estavam passando pela mesma coisa e que não era loucura minha. Era hormonal! Impressionantemente, 3 semanas depois lá estava eu de boas curtindo a baby sem grandes neuras. Claro que sempre rolou medos e dúvidas. Mas nada tão irracional e incontrolável quanto as estranhas vontades de chorar embaixo do chuveiro. rsrsrs

♥ Como proceder?

A questão é que independente dos tipos de sintomas que você esteja tendo, se informar e procurar um especialista é sempre a melhor escolha. Quando você sabe que aqueles são comportamentos esperados, fica mais fácil de passar por essa fase. Mas lembre-se, não permita que seus sentimentos cheguem a um ponto extremo. Independente de ser normal ou não, caso você se perceba instável, insegura, não se envergonhe: Procure um médico! A saúde do seu filho também depende da saúde, não só corporal, como mental de sua mãe.

Espero ter te ajudado! E se você estiver passando por isso, a dica que te dou é: Relaxa, se aclama e peça ajuda. Esse não é o momento de achar que você dará conta sozinha. 🙂

Bruna Souza

Mãe de primeira viagem que descobre o universo materno a cada dia que passa.

Website: https://cheirodebebe.com.br

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